Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Espero que esta carta te encontre bem, como aconteceu com as últimas. Nada como viver com saúde, algum dinheiro e em harmonia e paz.
Hoje venho relembrar que a COP25, a conferência de líderes promovida pela ONU sobre a emergência climática, está a chegar ao fim. Esta assembleia, que acabou este final de semana, deveria lançar a esperada declaração de princípios, aquela que poderia ser suficientemente forte para conduzir o planeta ao início de uma caminhada a favor do combate às alterações climáticas.
Contudo, o texto apresentado ontem não convenceu a maioria dos países envolvidos. Tratava-se de uma declaração frouxa, sem grande ambição e sem as desejadas e ansiadas metas, muito, mas muito, aquém de todas as expetativas, para grande tristeza dos ambientalistas.
É certo que um texto assim está sobre a pressão e é resultado das influências de países como a Rússia, a China, a Índia, o Brasil, os Estados Unidos e a Austrália que não parecem convencidos, nem convertidos às questões da emergência. Eles que, conjuntamente, representam quase 70 porcento do problema. Já para não falar dos países asiáticos, responsáveis por 80 porcento da poluição de plásticos existente nos oceanos.
Resta-nos esperar pelo fim do dia. Pode ser que, com alguma diplomacia, alguns destes países ceda o suficiente para que a resposta seja mais firme, mais determinada e mais coerente com as reais necessidades do globo. Afinal, terá de ser apresentada uma nova declaração de princípios, já com algumas propostas concretas. Será que a montanha vai parir um rato ou teremos realmente um caminho novo? Só terminarei esta carta quando a cimeira encerrar. Veremos o que acontece...
Pronto! Terminou a COP25. Agora, acabada que está a cimeira de Madrid, cá vai a minha opinião. A esperança de muito pequena, mas existente, minha querida amiga, passou a desilusão, ansiosa e preocupada, uma vez que a inteligência não prevaleceu.
Aproveito o facto de ainda não ter posto esta carta no correio para te dizer que, finalmente, graças principalmente à Austrália, ao Brasil e aos Estados Unidos da América nem sequer um rato saiu desta cimeira do clima cujos resultados já são conhecidos.
Pior que tudo, os 2 presidentes que tanto insultaram, demonstrando um imenso menosprezo e muita arrogância, pelas posições de Greta Thunberg, tendo o líder brasileiro apelidado a ativista de “pirralha”, fizeram mesmo questão de demonstrar ao que iam.
Assim sendo, não há qualquer fumo branco, luz verde, ou bandeira axadrezada a anunciar uma vontade de realmente travar uma batalha sem tréguas às alterações climáticas. A emergência, ficou-se por uma pulseira verde, e acabou por ser mandada para casa sem que um diagnóstico sério ou um tratamento adequado tivesse sido prescrito.
É a derrota em toda a linha das posições dos ambientalistas do mundo inteiro. Esta COP25 acabou por se tornar numa tragédia mundial e, se ao que parece, o ponto sem retorno estava mesmo à vista, então, se assim for, ele acabou de ser hoje ultrapassado. Para Greta Thunberg é uma derrota ainda maior. A COP25 andou para trás, nem mesmo se ficou pelo que já tinha sido alcançado. A tragédia de Madrid, sob a batuta de um Chile, que se vergou ao poderio dos grandes estados, na responsabilidade que tinha da condução da cimeira, ficará conhecida como o dia em que a Terra foi condenada pelo capital.
Se no futuro esta cimeira vier a ser julgada pelos seus atos e respetivas consequências, não poderão os responsáveis de tal boicote serem acusados e julgados por crimes contra a humanidade? Sendo assim, a direita política vai ficar com um ónus muito grande para explicar ao mundo inteiro. Scott Morrison, o primeiro-ministro australiano, que lidera o governo saído da coligação de centro-direita, Donald Trump, o presidente democrata americano e Jair Bolsonaro, o líder do governo de direita brasileiro, são neste momento os principais réus e responsáveis deste desastre negocial, cujas consequências são ainda imprevisíveis.
Pois é minha amiga, estou sem palavras. Já esperava um resultado fraco e sem grandes avanços, contudo, o que aconteceu foi bem mais do que isso, foi um virar de costas absoluto, com um encolher de ombros brutal, de, como diria Ricardo Araújo Pereira, é “Gente Que Não Sabe Estar”.
Recebe um beijo deste teu grande amigo, que nunca te esquece,
Espero que te encontres bem e que não estejas zangada comigo por causa da história da Miss Universo. Tu conheces bem o que eu penso sobre esse assunto e decerto não levaste a mal eu continuar a teimar que não gosto desse tipo de concursos.
Também não gosto da apresentadora da Sic, a Cristina Ferreira, e tu gostas. Não há nada a fazer. Eu não gosto pelo tom, timbre, ausência de cultura geral e alguma falta de polimento da pessoa, enquanto que tu a admiras pelas conquistas, pelo protagonismo e pelo destaque num mundo de homens. É assim mesmo, não somos iguais, mas damo-nos muito bem, mesmo com as nossas diferenças.
Hoje, o assunto desta carta prende-se com as sansões impostas à Rússia pela Agência Mundial de Antidopagem, a AMA, que, com uma votação por unanimidade, determinou a exclusão da Rússia dos Jogos Olímpicos de Verão Tóquio 2020, de Inverno Pequim 2022 e de todos os campeonatos do Mundo nos próximos 4 anos. A organização prevê, contudo, a possibilidade de os atletas russos competirem sob bandeira neutra, o que, porém, só nos desportos individuais é que a coisa faz sentido. Em causa estava o esquema de dopagem concertada, planeada, desenvolvida e apoiada pelo Estado Russo aos seus atletas, de forma a que os mesmos conseguissem despistar as análises do controlo antidoping.
Foi precisamente a descoberta do esquema, e o seu desmantelamento, o que levou ao castigo agora proferido pela AMA. Será algo para dizer que a organização AMA trata todos por igual e que, alegadamente, não tem filhos nem enteados. O controlo antidoping desde que nasce é para todos.
Dizem, contudo, as más línguas, que certos Estados e não apenas o Russo, estão a desenvolver novos tipos de drogas, que, num futuro próximo, consigam fintar as análises com novas indetetáveis drogas pelos sistemas de análises em uso e normalizados pela AMA. A ser verdade, o desporto mundial não terá paz tão cedo e é bem provável que a organização de controlo se tenha que vir a adaptar muito rapidamente se quiser manter a sua eficácia nos níveis atuais.
Em causa está o facto dos velhos tubarões do desporto não quererem perder protagonismo face a países emergentes onde, finalmente, o desporto tem vindo a ser levado mais a sério. Tudo parece valer para suplantar os rivais em medalhas, sejam elas individuais ou coletivas. Já nem se importam apenas com o serem melhores, a preocupação mudou de paradigma, o que é realmente importante é parecerem melhores.
Não se sabe ainda se a Rússia vai recorrer ao TAS, o Tribunal Arbitral do Desporto, sobre as sansões impostas pela AMA, no que ao cumprimento dos regulamentos antidoping diz respeito, porém, tudo leva a crer que tal possa não vir a acontecer.
Afinal, a coisa não correu assim tão mal à Rússia que vai acolher, apesar da suspensão imposta, o Euro 2020 e a final de 2021 da Liga dos Campeões. Isto acontece porque, sendo estas são competições sectárias, que envolvem apenas um território mais restrito, a Europa, neste caso, e que não sendo mundiais, escapam à alçada das sanções e penalizações agora impostas.
O que é triste, minha amiga Berta, é a falta de vergonha, de pudor, de humildade e de desportivismo com que estas coisas são planeadas e levadas a cabo. A corrupção está de tal forma banalizada que tudo parece normal e corriqueiro. Durante quanto tempo mais conseguirão as “AMAs” deste mundo levar a bom porto a sua missão de controlo?
Podemos estar na era da informação, dos média, das bases de dados, das redes sociais, mas também estamos na era dos contactos, das cunhas, da troca de favores, das subidas na horizontal ou de bandeira hasteada, dos lóbis, das boleias e da falta de promoção do mérito, como primeiro fator realmente diferenciador.
Raramente, alguém atinge o topo, por mérito próprio. Nessas alturas é quase cómico observar as reações que um tal facto provoca. Com uma velocidade estonteante aparecem histórias e páginas de jornal ou nas redes, relatando cada podre com linhas vermelhas onde o ódio predomina. Antigamente, se nada havia a apontar a esse vitorioso, essas vozes iam-se calando até a pessoa ser esquecida, agora tudo mudou. Nada mais fácil do que pôr a correr umas “fake news”, várias, se possível, por forma a deitar a baixo o “self made” campeão ou campeã. Sim, porque para esta gente é quase um crime alguém triunfar apenas pelo seu mérito próprio.
É com tudo isto que temos de viver. Vamos protestando, um pouco no vazio, e tentando, a custo, fazer a diferença. Importante é nunca desistirmos. Nem tu, Berta, nem eu, nem quem acredita que a justiça e o mérito podem um dia vir a prevalecer.
Deixo-te um beijo de saudades, recebe-o com carinho deste teu eterno amigo,