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Alegadamente

Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente correto.

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Carta à Berta n.º 631: TAP - Vamos Brincar com os Aviões...

Berta 631.jpgOlá Berta,

“Quem quer que TAP o Sol com a peneira, cedo ou tarde verá que fez asneira.” Este podia ser um ditado absolutamente luso e moderno dos tempos modernos. Porque, minha querida amiga, depois de muita polémica e confusão, todos entendemos que toda a polémica que tem envolvido a nossa companhia aérea afinal não passam de “Guerras de Alecrim e Manjerona”.

Em resumo, Bertinha, existe apenas uma catrefada de gente baixinha e de duvidosa formação moral a tentar pôr-se em bicos dos pés, sem se importar minimamente com o interesse nacional, com a nossa companhia de bandeira ou com a economia do país.

Os idealistas da famosa comissão de inquérito, cara Berta, estão mesmo sem saberem bem o que fazer. Esperavam encontrar uma teia de corrupção profunda e mafiosa e, ao fim e ao cabo, tudo não passa para além de jogos de protagonismo, de tricas entre fações e tricas entre elementos do partido do poder e de mais uma mão cheia de idiotas em bulhas infantis entre figuras partidárias do nosso espectro político, onde duas senhoras se tentam esquivar por entre os pingos de uma chuva venenosa.

Eu até entendo as damas, minha amiga, as senhoras, vendo-se envolvidas no labirinto dos interesses dos mesquinhos intervenientes, tudo fizeram para sobreviver nestas águas pantanosas, tentando atravessar a neblina cerrada onde ventos ridículos criam tornados absurdos que se importam pouco ou nada com a sobrevivência da nossa companhia aérea de bandeira.

Por incrível que possa parecer, minha querida, mesmo tendo em conta a infantilidade incompreensível das atitudes dos diferentes intervenientes políticos na companhia, a TAP conseguiu apresentar resultados tão positivos que, por si só, foram capazes de deixar de boca aberta os gestores de outras companhias aéreas estrangeiras.

Possivelmente, no fim dos inquéritos, das comissões e das atuações embaraçosas da classe política, depois do vento amainar e do pó por fim assentar, cara amiga, a companhia será realmente privatizada porque já se tornou claro que a posição estratégica que ocupa no cenário internacional, faz da TAP uma companhia condenada ao lucro e ao sucesso se gerida de modo minimamente competente.

Conforme pudeste ler, Berta, não foi preciso aqui nomear ninguém, para que tu, que tens acompanhado esta comissão, entendas claramente o que eu acabei de dizer. O importante é deixar os profissionais gerirem a companhia, depois tratem da venda e depois trata-se apenas de esquecer a triste figura intriguista e pequenina que muitos dos intervenientes fizeram perante o país. Deixo um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta n.º 630: Donald Trump, Histórias de um Macho Man Balofo

Berta 630.jpgOlá Berta,

Não sei se já ouviste falar de Stephanie Gregory Clifford, é provável que não, porque o nome artístico desta senhora que se diz atriz é Stormy Daniels. A estrela pornográfica de muitos filmes de esconder por casa, com quem Donald Trump se envolveu na altura daquela campanha que o levou a chegar à Casa Branca.

Não penses, minha querida, que Donald “Macho Man” Trump se preocupa com o seu envolvimento com uma prostituta, nada disso, ele acha que esta não só lhe eleva o ego como toda a sua balofa masculinidade. A própria atriz, de 44 anos considera que Trump, agora a dois meses e sete dias de celebrar os seus 77 anos, não deveria ser condenado por questões relacionadas com os pagamentos de silêncio que o Presidente lhe entregou, por isso não ser um crime “digno de prisão”.

"Não acho que os seus crimes contra mim sejam dignos de prisão", referiu a mulher, de 44 anos, em declarações a Piers Morgan no seu programa TalkTV.

Esta insuspeita vítima do viril Presidente, cara Berta, horas depois de o antigo líder norte-americano ser acusado formalmente, acabaria por dizer enigmaticamente que "qualquer que seja o resultado desta acusação, haverá mortes". Não sei a que se referia a dama, mas talvez estivesse a falar dos chatos do Ministério Público.

Donald Trump foi a tribunal declarar-se inocente das 34 acusações de falsificação de registos comerciais de que é acusado e terá outra audiência em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a 4 de dezembro deste mesmo ano, porém, minha querida, parece indiferente às acusações.

De acordo com os especialistas, citados pela Reuters, a haver um julgamento, este pode demorar mais de um ano para acontecer. Stormy Daniels, quando questionada sobre se testemunharia em tribunal, garantiu a sua presença, embora sem confessar publicamente que este passeio pela ribalta política a está a fazer arrecadar mais dólares do que pintelhos teve em toda a sua vida.

Não se referindo à imensa procura dos seus vídeos artísticos por parte do público masculino, onde, segundo consta, toca eximiamente trombone, com a mestria de quem conhece bem o instrumento, ela afirma no entanto que: "Não tenho nada a esconder. Sou a única que tem vindo a dizer a verdade".  Com efeito, devido à sua vasta atividade filmográfica, ela é unanimemente reconhecida como alguém que já não tem mesmo nada que possa encobrir.

Na entrevista a atriz afirmou que não pagou nenhuma parte do montante que foi condenada a pagar aos advogados de Trump, por um caso de difamação, e que dizem respeito, na sua maioria, a honorários. Questionada sobre se preferia ir para a prisão a pagar este montante, minha doce amiga, ela respondeu: "Completamente... não vim até aqui para recuar e dar-lhe dinheiro".

Contudo, o que pareceu mesmo foi que, a artista da corda bamba, estava a pensar que a haver mais dinheiro no enredo este só poderia vir para o seu bolso, assim que tivesse umas calças vestidas. Há quem afirme ter ouvido, da boca imaculada, de Stormy que o caso dela com Trump mais não foi do que uma normal atração entre dois seres opostos. E, olhando para Trump, somos todos certamente levados a acreditar nestas santas palavras. Hoje, fico-me por aqui, minha querida Berta. Recebe um beijo saudoso deste teu terno amigo, sempre ao teu inteiro dispor,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta n.º 629: O Oportunismo Nojento do Homem Lixivia

Berta 629.jpgOlá Berta,

Toda a gente soube pela televisão, julgo que tu também, da morte de duas mulheres no Centro Mundial da Religião Ismaelita em Lisboa, pela faca e pelas mãos de um homem descontrolado e, pelo que se diz, não correspondido naquilo que este alegava ser a sua paixão por uma das vítimas. O enredo ainda é maior do que isto, mas o sumo da situação é este basicamente.

Tratou-se de um crime puramente passional, Berta, que, tal como aconteceu no Centro Ismaelita, acontece quase todos os dias a uma imensidão de mulheres em Portugal e em muitas outras partes do mundo. Mulheres que são tratadas como se fossem filhas de um deus menor que, para o caso, nem importa qual possa ser.

O que é evidente é que este crime não tem local próprio, classe social, raça ou idade, cara amiga. A única constante é a morte de mulheres às mãos dos amantes, namorados, maridos, apaixonados, encantados, desiludidos ou mesmo não correspondidos.

O que interessa, minha querida, é que este tipo de situações de ordem passional resulta, em muitas das vezes, em crimes graves contra as mulheres e, como desta vez, em assassinatos, maioritariamente violentos.

Ora, querida Berta, este é um tipo de eventos que não tem como ser revertido. Uma vez assassinada a vítima, em cada uma das ocorrências, ou as vítimas, já não há como reverter o processo. A mulher ou mulheres morrem e a perda é total para os familiares e amigos de quem foi assassinada e, mais do que tudo, para a própria.

Quero eu dizer com isto, amiguinha, que não se trata de roubar uma ourivesaria em que, dez minutos depois, se recupera o ouro roubado. Aqui roubam-se, uma ou mais vidas, quase sempre no feminino, e o processo termina imediatamente para aquelas que foram assassinadas.

Nos diferentes países do mundo o que devia acontecer, sempre que uma situação destas ocorre, Berta, era o assassino ter como condenação a pena máxima, aplicada pela justiça, do respetivo país onde se passou a situação. Uma pena que teria de ser sempre cumprida na integra, sem perdões ou indultos, reduções de pena por bom comportamento e mais a parafernália de dispares que se inventam para tirar assassinos da prisão, onde deveriam apodrecer.

Ver estas coisas acontecerem, com uma base quotidiana, minha amiga, já devia ter levantado todos os alertas há muito tempo. Afinal, vivemos no século XXI. Mesmo quando as vítimas não morrem, mas são raptadas, abusadas, violadas ou estropiadas, deveria, em todos os casos, a pena ser igualmente a mesma.

Talvez, tendo certeza dos riscos de tais penas, houvesse menos gente a julgar que se pode safar com um castigo leve ou nem isso.

As mulheres não são coisas de que os homens se possam descartar ou usar recorrendo à mutilação, violação ou assassínio. Não são animais que sirvam para ser rebaixados, pontapeados ou escravizados. Aliás, Berta, nem mesmo os animais e as coisas merecem esse tipo abjeto de tratamento, quanto mais mulheres, esses seres humanos que têm os mesmos direitos do que os homens. E onde não os têm, deveriam tê-los.

Só porque, minha amiga, algures num passado, perto ou distante, alguém distorceu as regras da igualdade isso não faz o injusto passar a ser justo ou o errado virar certo. Será isto assim tão complicado? Claro que não!

Mesmo naqueles territórios ou países onde, por força da religião ou pela religião da força, se obrigam as mulheres a viver sobre a alçada dos homens, mesmo aí, quem subjuga sabe que erra e quem é subjugada reconhece a injustiça do tratamento, minha querida.

Isto tem de ter um fim, Bertinha. Quanto a mim acabará por tê-lo. Mais cedo ou mais tarde a igualdade de género prevalecerá e quem não o entender acabará devidamente castigado. Cá por mim, devia ser mais cedo, tipo ontem, e mesmo assim já era muito tarde.

Agora, Bertinha, voltando de novo aos assassinatos por causas passionais, no Centro Mundial da Religião Ismaelita em Lisboa, de duas mulheres, mortas à facada pelo descontrolo de um idiota não correspondido no amor, foi repugnante assistir em direto, na televisão, às insinuações de André Ventura, vestindo o seu fato de alegado bom populista (xenófobo, cretino e oportunista), tentar tirar partido de uma morte passional, como tantas outras que quase diariamente acontecem, infelizmente, em Portugal.

O reles André gostou de se vir armar em arauto da desgraça nacional porque um emigrante assassino atacou e matou duas mulheres em Lisboa, tentando, assim, minha cara amiga, transformar um crime passional num problema nacional com emigrantes que não foram passados na sua lixivia racista de oportunista barato.

Chega de Chega, porque já chega! O André desventura, só se aventura a ir para a televisão dizer estas barbaridades porque vive num país de brandos costumes, que tudo atura ao Ventura da desventura populista. Tirando partido disso a avantesma abusa e insiste na sua demanda mesquinha e nojenta de defensor dos homens da lixivia “branquela” e desmiolada. Não te parece, minha querida, que o sujeito devia ser banido do sistema democrático? Enfim, deixo-te um beijo,

Gil Saraiva

 

 

 

Carta à Berta n.º 628: As crónicas da Carta à Berta

Berta 628.jpgOlá Berta,

Faz algum tempo que eu não faço análises, observações, críticas ou seja lá o que for sobre a atualidade nacional ou internacional, quer o assunto seja social, político ou jurídico, ou ainda de qualquer outro tipo de abordagem para além destas. Não o tenho feito porque já me começava a imaginar um daqueles velhos do Restelo que nunca estão satisfeitos com nada nem com ninguém.

Depois desta paragem propositada nas minhas abordagens críticas cheguei à conclusão, querida amiga, que isso não é verdade. Há muita coisa que eu adoro no meu país e no mundo e onde o meu aplauso é merecido. Porém, devido ao facto de todos os dias surgirem novas coisas, eventos, situações ou atos questionais, muitas vezes em mais do que um só ponto de vista, eu, como muitos de nós, tendo a apontar mais rapidamente aquilo que me desagrada, talvez na esperança vã de que mais um alerta possa interferir no evoluir desta ou daquela situação.

Todavia, por mais gosto que eu possa fazer nisso, só quase por milagre, e eu não acredito em milagres, é que uma intervenção minha poderá ajudar seja lá no que for. Não vale a pena o esforço nesse sentido. No entanto, ficar calado, ainda faz pior. É quase como se o que se passa no mundo, no país ou na minha cidade me fosse indiferente. Ora, isso é totalmente falso e é por isso que eu retomo essas crónicas.

Só que agora, minha querida Berta, tenho imensas coisas que deixei por dizer e analisar para avaliar. Não prometo abordar todas, mas, futuramente, tentarei abordar todos os temas que deixei passar durante esta ausência de crítica construtiva ou de condenação pessoal.

Aqui ou ali, poderei igualmente voltar a falar do que se faz bem feito, Bertinha, mas o foco continuará a ser o meu descontentamento face às coisas que desagradavelmente vou detetando. Isso não significa, contudo, que eu seja o ser mais puro do mundo ou o dono da verdade, apenas traduz a minha opinião e daí não passa. Ela pode nem ser a melhor opinião, nem mesmo pertencer ao grupo das mais determinantes, porém, foi, é ou será sempre a minha opinião e é isso que importa.

Na minha avaliação sobre o que se critica e se comenta, porque se pode dar o caso de apenas comentar e não criticar, o que importa mesmo, pelo menos para mim, é proferir algo com sinceridade, integridade e honestidade, cara amiga, mesmo nos casos em que eu possa não saber da missa a metade.

Portanto, e pese embora o facto de eu ser apenas um entre muitos, regresso assim, às crónicas com que que habitualmente enchia as cartas que te escrevo. Afinal, pelo menos tu, minha querida, dás ouvidos a este teu amigo. Não é uma lança em África, mas já é um avanço. Beijo grande,

Gil Saraiva

 

 

 

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