Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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“Atualmente, minha querida, no 26 de ABRIL, Eu Celebro Todos os Dias Depois do 25 de Abril de 1974.” Sim, sim, é isso mesmo. Celebro os dias de festa e liberdade, celebro os dias em que ainda foi preciso lutar, celebro a liberdade de pensamento e de existir tal como sou e de os outros portugueses poderem fazer o mesmo se o quiserem.
Celebro coisas sem fim, cara amiga, por exemplo, a igualdade de género, uma realidade atual que ainda só existe perfeita no papel, mas para onde caminhamos a cada dia que passa. Desde aquele ABRIL que o ensino passou a ter turmas mistas, de jovens em formação conjunta, em vez de rapazes para um lado e meninas para o outro, todos com farda.
Foi desde ABRIL de 74, amiguinha, que, uma menina ou uma mulher, pôde passar a vestir, a seu gosto, uma minissaia ou usar biquíni; ou ainda que uma mulher pode sair do país sem a autorização escrita do marido, e não, o povo não era Taliban, era católico, mas enfermeiras, telefonistas, hospedeiras da TAP e funcionárias do Ministério dos Negócios Estrangeiros não se podiam casar, para o fazerem tinham de abandonar a profissão e as professoras precisavam de obter uma autorização especial do Estado para poderem sair do país. Quanto ao voto, porque havia eleições, só que controladas pelo Estado, as mulheres podiam votar, mas só se tivessem o ensino secundário completo.
Desde esse ABRIL, Bertinha, passou a ser permitido usar isqueiros sem licença, um objeto banido por Salazar, ou beber Coca-Cola, minha cara confidente, uma marca que deve a Fernando Pessoa o slogan “Primeiro estranha-se, depois entranha-se”, mas cujo consumo em Portugal era proibido, por mais bizarro que isso possa parecer.
Foi depois daquele ABRIL, minha amiga, que se puderam criar associações, fazer reuniões, juntar grupos de pessoas para conjuntamente darem as suas opiniões ou até discutirem ideias, porque tudo isso estava banido da sociedade portuguesa. O primeiro um de maio, em 1974 teve mais de um milhão de pessoas a celebrá-lo nas ruas e isso só contando Lisboa, porque antes não era permitido falar nele, quanto mais festejar o Dia do Trabalhador.
Antes do ABRIL de todos nós, Berta, não se podia dizer mal do Governo, nem dar a entender alguma opinião contrária. Tudo passava pelo filtro do “lápis azul” da censura e era comum livros, músicas, desenhos e notícias serem apreendidos por porem em causa a ordem pública. Existiam milhares de livros proibidos em Portugal, mas também bandas musicais ou certas músicas em especial. Aliás, existiam proibições absolutamente bizarras e, por exemplo, dava direito a prisão jogar às cartas no comboio ou estar bêbado em público, para além do valor das multas.
Antes do nosso ABRIL, minha querida, só era permitido ser-se heterossexual em Portugal, porque, por cá, todas as pessoas que se enquadravam dentro do atual movimento LGBTQQICAPF2K+, ou seja, de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Travestis, Queer, Questionando, Intersexo, Curioso, Assexuais, Pan e Polissexuais, Amigos e Familiares, Two-spirit e Kink, que no mundo ocidental já conquistaram o seu direito à manifestação, estavam proibidos de demonstrarem as suas tendências no nosso país, sob pena de prisão.
Aliás, Berta, não era só isso que era absurdo, um homem bater na sua mulher, não se tratava de violência doméstica, não era crime, o individuo estava apenas a pôr a mulher na ordem, como lhe competia, nada mais. E, ah, se esta quisesse o divórcio, temos pena, era proibido haver divórcios em Portugal, exatamente do mesmo modo que dar um beijo em público fugia às regras da moral e dava direito a multa e prisão.
À mulher, cara confidente, também não lhe era permitido andar sozinha na rua à noite ou entrar numa igreja de cabeça destapada. Como também era proibido a casais, marido e mulher ou namorados, beijarem-se em público. Ela podia ser presa por afrontar a moral e os “bons costumes” e o homem, que era responsável pela manutenção desses valores, era preso, pagava multa e só saía da esquadra depois do cabelo lhe ser devidamente rapado à máquina zero.
As mulheres, doce amiga, eram mesmo as maiores vítimas do regime. Antes do 25 de ABRIL, foram muitas as desigualdades entre homens e mulheres, com elas a serem empurradas para as tarefas domésticas, sem direito sequer poderem decidir sobre a educação dos filhos. A discriminação chegou ao ponto de os maridos terem o direito de abrir a correspondência das suas mulheres.
Elas tinham também de pedir o consentimento dos maridos, Bertinha, se quisessem exercer atividades ligadas ao comércio, assinar contratos ou tomar decisões sobre bens (casas ou propriedades) que lhes pertenciam. Estavam igualmente impedidas trabalhar na administração local, na carreira diplomática, na magistratura e no Ministério das Obras Públicas.
Eu falei, amiguinha, que as turmas eram separadas por género, mas esqueci-me de referir que os recreios também o eram. Também ainda não tinha dito que todas as salas de aula tinham o retrato do Presidente da República, do Primeiro Ministro e um crucifixo, e que era obrigatório começar o dia escolar entoando o hino nacional. Importante e muito usada era a palmatória na mesa do professor ou professora, que servia para castigar os malcomportados.
Sim, sim, os docentes não precisavam dos pais para baterem nos alunos ou para colocar a criança num canto da sala com orelhas de burro enfiadas na cabeça, minha cara, já para não falar em outros tipos de repressões autorizadas pelo Estado.
O bizarrismo do dia-a-dia antes de ABRIL de 1974 tinha, minha amiga, coisas que nem lembram ao diabo. Vou dar um exemplo: se uma pessoa viajasse num comboio, e alguém se descuidasse e desse um daqueles traques fedorentos de fazer levantar os mortos em protesto, ela só podia abrir uma janela se todos os outros passageiros estivessem de acordo, ou seja, se o dono do traque discordasse, a solução era o incomodado sair da carruagem.
Antes de ABRIL até histórias aos quadradinhos ou qualquer banda desenhada, vinda do estrangeiro estava proibida. Mesmo as que eram adaptadas para português, com visto da censura, não podiam mostrar armas, falta de decoro, como decotes, e os nomes dos heróis eram passados para português. Por exemplo, minha querida, o Flash Gordon, era o Capitão Relâmpago.
Estavam proibidos em Portugal, antes do ABRIL das nossas vidas, mendigos, vadios e as pessoas atualmente designadas por “sem abrigo”. A pena de prisão de seis meses era a penalização mínima que esta gente arriscava se fosse apanhada pela polícia. Aliás, minha querida, os bufos, aqueles que denunciavam outros cidadãos por atos ou porte de objetos proibidos à PIDE ou à Polícia tinham direito a recompensa monetária regulada por uma tabela criada para o efeito.
Em resumo Berta, não te vou descrever mais sobre a miséria que era a vida antes do 25 de ABRIL de 1974 durante o antigo regime, se quiseres saber mais aconselho-te um livro lançado em 2019, “Era Proibido” de António Costa Santos que se dedicou ao assunto. Isto já para não falar da repressão política e social, da PIDE, das prisões sem mandato e de muito, muito mais. Mas é por isso que eu “Atualmente, no 26 de ABRIL, Celebro Todos os Dias Depois do 25 de ABRIL de 1974.” Deixo um beijo,
Hoje, minha querida, venho conversar sobre o custo de vida, as crises no Governo, os casos e casinhos, a imagem dos nossos governantes, da oposição e o papel dos comentadores que pululam no nosso rico quotidiano bafejado de homens baixinhos que, como diz um velho ditado português, ou são velhacos ou bailarinos. No meu entender a maioria está na primeira categoria, talvez por falta de jeito para a segunda.
Todavia, cara amiga, não julgo ser importante, neste momento, repetir tudo o que se tem dito sobre a atualidade política portuguesa. Quero, isso sim, saber como está realmente o país quase oito anos depois da Troika de cá ter saído, levando com ela a pala do cabelo de Passos Coelho, agora um heroico skinhead, não no sentido pejorativo do termo, porque o acho muito bem no papel de D. Sebastião que jamais voltará e porque mau, mau, foi a sua castigadora e quase sádica governança nacional.
Fala-se que este Governo de Costa tem sido mau. Critica-se tudo o que faz e que desfaz, caem administradores de empresas públicas, Secretários de Estado e Ministros, é verdade. Confirmo que efetivamente temos um Governo vivo e muito colorido, que foge ao estereótipo cinzento a que estamos habituados nestes tempos de democracia, porém, Bertinha, sempre vamos sabendo o que se passa.
Mas como estávamos nós, naqueles anos entre 2011 e 2015, em que o PSD liderou o país com Passos, Portas e Cristas, no comando governativo da nação lusa? Bem, minha cara, o que nos vale é termos memória curta.
Em termos de inflação, de que nos queixamos tanto nos dias que correm, no tempo do Bloco Central (com PS e PSD no Governo, ela chegou aos 28,48%, ainda te lembras, amiguinha? Depois, em 1990, na grande euforia dos fundos europeus, com Cavaco Silva na chefia do Governo, atingiu o máximo de 13,59%, (numa época apelidada de rica e próspera, se bem me lembro). No tempo de Passos Coelho, o máximo da inflação foi mais modesto, mas atingiu os 3, 65%, porém, tendo em conta o esvaziar dos bolsos do povo, de dedo esticado a dizer que vivíamos acima das nossas possibilidades, não deixa de ser relevante.
Atualmente, Berta, a taxa de inflação vai nos 7,4% e o Banco de Portugal prevê que fique pelos 5,5% na média de 2023, bem abaixo dos 8,1% do ano passado. Mesmo considerando o ano de 2022, e o anterior Governo de Costa, é fácil verificar que a inflação ficou, no seu pico, 5,49% abaixo do pico de Cavaco Silva e que foi 20,38% menos que no Governo do Bloco Central.
Para fazermos mais algumas comparações vamos olhar, por exemplo, para a dívida pública. Ora, minha amiga, Passos Coelho tomou posse do Governo, em 2011, a dívida pública de era de 114% do PIB e deixou o país, em 2014, com 129% do PIB. Costa iniciou o seu Governo com este valor e neste momento a dívida está nos 113,8% e o ano de 2023 deve acabar com uma dívida pública situada na casa dos 110,8%, sendo que as previsões do Banco de Portugal apontam que o Governo de Costa termine o mandato com a dívida pública na casa dos 100%.
Quanto ao ordenado mínimo entre 2011 e 2014 ele começou com 485,00 euros em 2011 e terminou com o mesmo valor em 2014, porém, com os subsídios de natal e férias suprimidos e mais uma sobretaxa sobre os rendimentos. Já Costa, minha querida, iniciou os seus mandatos com esse valor e atingiu este ano os 760 euros de ordenado mínimo, enquanto aponta para um valor de 900 euros como valor mínimo no final do mandato, ou seja, quase que dobra o ordenado mínimo, enquanto baixa em 29% a dívida pública.
No que se refere ao crescimento do PIB, com Passos, ele decresceu nos primeiros 3 anos (nomeadamente -1,7 em 2011, -4,06 em 2012, -0,92 em 2013) e apenas cresceu para os 0,79 em 2014. Com Costa, Bertinha, o crescimento do PIB acabou 2022 com um crescimento de 6,69 do PIB e com uma previsão de 1,8 de crescimento em 2023 em plena guerra na Europa e com a subida ímpar dos combustíveis nos mercados. Ora, isto aconteceu mesmo depois da pandemia ter causado em 2021 um PIB negativo de -8,3, mas tendo 2022 representado uma recuperação surpreendente de 13,8, algo inédito, fixando o crescimento do BIP nos 5,5 nesse ano.
Mas Costa, cara amiga, não reduziu apenas a dívida pública e aumentou o PIB nacional, ele acabou com o roubo dos subsídios de Natal e Férias aplicado por Passos, já para não falar nesse malfadado imposto designado por sobretaxa.
Passos também reduziu os funcionários públicos em 11% de quase 73 mil para os 65 mil e Costa já reverteu os números para os 73 mil. No SNS Passos reduziu a despesa dos 9,5 mil milhões para os 9 milhões. Costa já aumentou essa despesa em quase 50%, para os 13,5 mil milhões já a contar com a cálculo para este ano. Nem vou falar na educação, porque, Berta, os problemas de Costa vêm todos dos cortes provocados por Passos durante a Troika e que agora se tornam quase impossíveis de repor.
Quanto às pensões, doce amiga, pela primeira vez em muitos anos, os reformados e pensionistas tiveram um ganho real nas reformas e pensões de 2% e isto na média dos últimos quatro anos. E eu vou-me queixar de quê?
Que o Governo tem muitos casos e casinhos. Por amor da Santa, quero lá saber. Que a TAP tem um parecer que teima em não existir? Quero lá saber! A minha vida está muito melhor do que esteve entre 2011 e 2014. Devo isso a António Costa e aos seus Governos. O resto, cara Berta, são coisas para comentadores baixinhos, que não bailam, se entreterem. Deixo um beijo,
Basta ter poder, na maior parte das vezes, para se ter razão e se estar do lado certo da lei. O nosso presidente, por exemplo, minha amiga, é católico e, por isso, a Lei da Eutanásia passeia-se eternamente pelos corredores do poder, dias após dias, semanas atrás de semanas, meses a fio, esperando calmamente, como se não houvesse pressa, que esse poder chegue ao fim para conseguir, por fim, triunfar.
Vladimir Putin, amiguinha, acusa Portugal de roubar crianças ucranianas como se nós fossemos realmente um dos países do Eixo do Mal, e ninguém o avisa que está a confundir o país com um programa da SIC. O homem que desvia crianças às dezenas de milhares tem o desplante e a desfaçatez de fazer uma acusação destas, porquê? Porque no País dos Sovietes, sua excelência é imperador e dono da lei.
De comunista a fascista, invade um país vizinho, porque, alega o dono da lei do seu país, a Ucrânia é parte da Rússia. E, sem se olhar ao espelho, minha cara, chama fascista ao Vladimir do país vizinho e quer que acreditemos que ele vai “desnazificar” o seu povo e libertá-lo do jugo do outro Vladimir, um tal de palhaço de nome Vladimir, mas neste caso Zelensky. O palhaço Putin, que combate contra o palhaço Zelensky, nem sabe que é palhaço porque nem se olha ao espelho, nem encontra ninguém com eles no sítio para lhe dizer que mente (incrivelmente, com todos os implantes que tem na boca).
Na guerra dos “Vladimires”, Bertinha, morrem centenas de milhares de pessoas, o mundo entra em crise alimentar por falta de cereais, que abundavam por aquelas bandas, porque as rotas dos alimentos ficaram perigosas, porque os capitalistas ainda capitalizam mais, porque a inflação alastra pelo mundo movida por interesses económicos e porque a lei, está do lado desta gentinha que ao crescer se tornou gentalha.
Abomino Vladimir Putin e custa-me a aceitar que, por força da “puta da lei internacional” o homem ocupe o lugar de presidente das “Nações Unidas”. Das Nações Unidas? E querem que acreditemos e confiemos nas instituições, Berta? Mas alguém já olhou bem para o contrassenso? O absurdo é tentarem-nos convencer a respeitar a lei. Como se nos dias de hoje a dita cuja, coitada, ainda tivesse alguma coisa a ver com a justiça. Esclareço: já que não tem.
Também é preciso ter cuidado quando se fala de justiça, minha querida. Hoje em dia temos várias justiças, a dos ricos, a dos pobres, a que vem no papel, e a antiga justiça que, desgraçadamente, anda aos papeis. Ainda nos querem fazer acreditar que tudo isto faz sentido, talvez faça, e para muita gente, mas não para o povo do mundo. Abaixo, Vladimir Putin (que o pariu). Homem pequenino... Tenho dito! Deixo um beijo,
Os Prémios Lisboa com Alma tiveram início em 2012 e visam destacar e galardoar algumas das maiores estrelas ao serviço de Campo de Ourique ou seja: o Maior Centro Comercial ao Ar Livre de Portugal. Estes Prémios envolvem a Restauração, o Comércio Lojista (incluindo Supermercados, Frutarias, Minimercados, Lojas de Conveniência e Quiosques) os Serviços Liberais, os Serviços Solidários, de Saúde e Sociais, os Espaços Desportivos, Recreativos, Artísticos e Culturais e os Espaços de Lazer, Culto e Segurança, da Freguesia e Bairro de Campo de Ourique.
Serão entregues individualmente os seguintes diplomas:
Diploma Superlativo de Excelência
Espaços e Atividades de Solidariedade, Lazer, Culto e Segurança, do Bairro de Campo de Ourique
Restaurante de Bairro
Hamburgueria de Bairro
Pastelaria e/ou Padaria
Tasca e/ou Pequeno Restaurante
Restaurante Vegetariano e/ou Vegan
Restaurante Italiano e/ou Pizaria
Snack-bar
Cafetaria, Croissanteria, Leiraria, Casa de Chá e Geladaria (gelataria)
Restaurante de Petiscos e/ou Tapas
Restaurante Temático, Especializado, de Chef
Restaurante de/com Cozinha Internacional
Restaurante Regional
Restaurante de Peixe e/ou Marisqueira
Takeaway
Bar
Comércio Lojista (Loja Comercial de Retalho, Bazar, Supermercado, Frutaria, Minimercado, Loja de Conveniência e Quiosque)
Pequenos Serviços Comerciais (Espaços criativos)
Serviços (Liberais, Saúde e Sociais)
Espaços Desportivos, Recreativos, Artísticos e Culturais
Estes Prémios de Mérito são atribuídos pela marca apoiada pelos mais de 8.500 votos possíveis dos grupos do Facebook: Encontro de Palavras / Lisboa com Alma / Turma de Campo de Ourique / Viver Feliz em Campo de Ourique / Bairro de Campo de Ourique / Campo de Ourique. Assim, osPrémios Alma de Campo de Ourique 2023/2024são distribuídos no biénio 2023/2024 como Grandes Prémios do Melhor dos Melhores nas categorias: Diploma Superlativo de Excelência / Espaços e Atividades de Solidariedade, Lazer, Culto e Segurança / Comércio Lojista (Loja Comercial de Retalho, Bazar, Supermercado, Frutaria, Minimercado, Loja de Conveniência e Quiosque) / Pequenos Serviços Comerciais (Espaços criativos) / Serviços (Liberais, Saúde e Sociais) / Espaços Desportivos, Recreativos, Artísticos e Culturais e na área da Restauração são ainda distinguidos os seguintes tipos: Takeaway / Snack-Bar / Bar / Cafetaria, Croissanteria, Leiraria, Casa de Chá e Geladaria (gelataria) / Pastelaria e\ou Padaria / Restaurante de Petiscos e\ou Tapas / Restaurante Vegetariano e\ou Vegan / Restaurante Italiano e\ou Pizaria / Hamburgueria de Bairro / Tasca Tradicional e\ou Pequeno Restaurante / Restaurante de\com Cozinha Internacional / Restaurante de Peixe e\ou Marisqueira / Restaurante Temático, Especializado, de Chef / Restaurante Regional / Restaurante de Bairro.
O Diploma é válido e considerado ativo entre 01/05/2023 e 01/05/2025, altura em que serão entregues os prémios do biénio seguinte, cujas categorias poderão ser as mesmas ou ser alteradas consoante a deliberação do próximo júri.
Conforme já foi explicado anteriormente, o júri é constituído por 25 elementos dos grupos do Facebook atrás referidos, cujo voto tem peso dois, e pelos membros dos grupos que, através de mensagem enviada para mim, queiram votar e cujo voto tem peso um.
Os prémios refletem a opinião do júri e dos 8.500 membros pertencentes aos grupos participantes e são divulgados no próximo dia um de maio de 2023, sendo entregues até 5 de maio aos respetivos vencedores.
Gratos a todos os que já participaram e bem-vindos sejam os que até 30 de abril ainda venham a participar. Não se esqueçam que para votar basta enviar-me uma mensagem escrita. Obrigado.
Como sempre o mundo ocidental tem dois pesos e duas medidas. Por vezes, esta avassaladora discriminação não se nota muito porque fazemos de tudo para a diluir. Mas outras há em que é tão gritante que lembra um filme de terror. Foi esse, minha querida, o caso do sismo de 7.8 na escala aberta de Richter, que aconteceu na Turquia e na Síria já lá vão mais de dois meses.
Com efeito, numa calamidade que gerou mais de cem mil milhões de dólares de prejuízos, cara amiga, o auxílio do Ocidente focou-se praticamente nos territórios turcos e a devastada Síria, vítima de doze anos de guerra, continuou praticamente entregue a si mesma, como se de uma fatalidade se tratasse.
Há quem argumente, minha querida, dando alguns exemplos que a coisa não foi bem assim, que foi enviada ajuda para a Síria e mais blablá e blablá. Certo, até concordo, mas a proporção de auxílio entre as ajudas rondou o um para vinte. Sendo que a haver sensatez esses números deveriam estar invertidos.
Basta pensarmos em Alepo, Bertinha, a terra maldita onde tudo acontece de horroroso perante a passividade ocidental. Na realidade, embora o número oficial de mortos ronde agora as cinquenta mil pessoas, calcula-se que só na Síria as mortes ultrapassem, em muito, esses valores.
No entanto, amiguinha, e apesar de já terem passado mais de dois meses, nove décimos dos escombros continuam por verificar. Destes, muitos deles, já nem se distinguem dos destroços da guerra de doze anos contra o tirano Bashar al-Assad, escudado pela Rússia, que sempre apresenta uma boa desculpa para apoiar o lado errado da História.
Se um dia se conseguirem apurar o número de vítimas do terramoto de fevereiro na Síria, verificar-se-á certamente, tarde demais, que morreram mais sírios do que turcos, vítimas desta catástrofe. É terrível, cara amiga, que, usando o exemplo de Alepo, uma terra onde se tornou hábito ver crianças mortas a dar à costa, vitimas de uma migração falhada, se continue a assistir a uma total falta de atenção a esta gente.
Serão talvez filhos de um deus menor, sem direito à piedade e solidariedade dos povos, mas por egoísmo destes em detrimento dos visados. Por mais que eu pense, Berta, é difícil eu acreditar que a justiça mundial esteja a praticar uma política solidária minimamente aceitável. Haverá quem diga, não sem uma boa parte de razão, que Bashar é que não permitiu o auxílio. Mas havia maneiras de forçar a permissão de auxílio às populações.
Dos mortos anunciados na Síria, cerca de dez porcento dos da Turquia, apenas foram contabilizados aqueles que pereceram nas zonas controladas por Bashar al-Assad. Sim, porque os outros não têm direito a ser gente. É tão triste.
Sou contra o esquecimento destas terras onde os mortos são olvidados, sem dignidade e direito a sepultura. Sou contra a falta de assistência dos que morrem sem auxílio seja por força da guerra que não pediram, do tirano que não elegeram, ou do tremor de terra do qual não puderam fugir. Sou contra a existência de gente perdida no mapa-mundo do interesses e estratégias políticas. É urgente dar a mão a quem já não tem as duas. Deixo um beijo,
Tenho andado a evitar falar dos crimes de pedofilia, e abuso sexual, da igreja católica portuguesa, a bebés, crianças e adolescentes, desde sempre, no nosso país, até porque o problema não é apenas algo que aconteça na igreja católica, mas sim, um flagelo nacional.
Eu penso, minha cara, que os termos se tornaram vagos e generalizados na discussão pública a que tenho assistido e, por isso mesmo, fico sempre com a sensação de que é como se toda a gente estivesse a falar sobre a nova coleção de cromos do futuro europeu de futebol.
Fica difuso o tema em causa, num limbo que quase aparenta estar perdido numa neblina difusa de conceitos e diluída em acusações demasiado opacas, para nos arrepiarem como deviam arrepiar. Por um lado os conceitos atenuam os crimes, desvanecendo-os em generalidades pouco sensíveis e sensitivas, como se tudo não passasse de mais uma ida às compras que correu menos bem. Por outro lado, minha amiga, este tipo de análises, dá apenas uma pálida imagem sobre a verdade dos factos.
Dilui o assunto, tornando-o um tema genérico e quase ligeiro, fácil de comentar à mesa de um café. É como se ninguém quisesse mesmo saber, de forma séria, o que se passa no país no que ao tema diz respeito e, no entanto, a realidade é bem mais triste.
Ora, eu dou muita importância aos crimes de abusos sexuais praticados pela igreja, e a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja Católica Portuguesa apresentou um relatório final, muito bem elaborado, e que pode facilmente ser consultado na internet em diversos sites, dos quais, minha querida amiga, apresento aqui um exemplo, https://s3.observador.pt/wp-content/uploads/2023/02/13144203/relatorio-final-comissao-abusos-sexuais-de-menores.pdf. Se o quiseres ler basta seguires o link.
Daquilo que é conhecido, e pelos dados apontados pela polícia judiciária, bem como pelas diferentes organizações e instituições que se dedicam ou dedicaram, à defesa dos menores de idade em Portugal, nos séculos vinte e vinte e um, o problema sempre foi grave. Na verdade, minha amiga, nos últimos 123 anos aconteceram entre 10 e 15 mil abusos sexuais de menores por ano. Segundo alguns observadores, e apenas depois do 25 de abril de 74, sabemos que a Polícia Judiciária tem recebido perto de 2.500 participações por ano, equivalentes a cerca de 20% dos crimes de abuso sexual de menores cometidos anualmente.
Ora, se, em Portugal, acontecem entre 10 a 15 mil crimes de abusos sexuais de menores por ano, passados os últimos 123 anos, teremos entre um milhão e meio a dois milhões crimes de abusos sexuais durante o século XX e XXI. Pois é, Bertinha, isto é uma coisa absolutamente absurda.
Mas que, ao ser assim apresentada, genericamente, minha amiga, pouco arrepia e quase resvala na indiferença de quem analisa estes factos pela rama.
Pondo para trás das costas tudo o que aconteceu até ao 25 de abril de 1974, a onde, não deixando de ter a mesma gravidade, já pouco se pode fazer, importa-me mais olhar para os últimos 49 anos. O que importa saber, Berta, é que a democracia não trouxe ao país uma diminuição deste tipo de crimes. Pelo contrário, parece mesmo que os criminosos e os seus atos têm vindo a crescer.
Cada vez o número se aproxima mais dos 15 mil crimes anuais e se afasta dos 10 mil. Aliada à democracia, a internet, minha amiga, tem dado um grande contributo ao evoluir progressivo desta criminalidade.
Em 49 anos terão sido praticados em Portugal entre 490 e 735 mil crimes de abusos sexuais de menores. Contudo, Berta, apenas cerca 120 mil foram detetados pela lei.
Ora, embora seja ou possa ser arrepiante ver tais números, o facto é que, se a Polícia Judiciária consegue detetar cerca de um quinto dos abusos sexuais de menores, então está, a fazer um excelente trabalho.
Tendo em conta as percentagens por escalão etário e o histórico de 49 anos existem pelo menos 996 casos de violações de menores de 6 anos por ano, em Portugal, cara amiga, ou seja, uma criança é molestada a cada 8 horas.
Infelizmente, Berta, nos casos registados pela Polícia Judiciária, em 2022, dos 2410 inquéritos abertos relativos a crimes de abusos sexuais contra menores, encontramos, apenas, mas mesmo assim, 276 casos confirmados, ou seja, 18 possíveis criminosos por mês foram julgados pelas autoridades durante o ano de 2022, mas se tudo se passar como nos cinco anos anteriores, destes apenas 7 criminosos, em cada mês, terão de cumprir penas efetivas de prisão, ou seja, 65 no ano.
Ora, se de 2410 inquéritos de crimes de abuso sexual de menores, apenas se conseguirão penas efetivas de prisão para 65 criminosos no ano de 2022. Todos os restantes casos, Bertinha, ou levam pena suspensa ou, pior ainda, as provas não são consideradas ou válidas ou suficientes para se agir judicialmente.
E se isto se passa anualmente em termos semelhantes, é de concluir que este tipo de crime, em Portugal, é altamente compensador, minha cara.
Tendo em conta os 10 a 15 mil crimes de abuso sexual de menores que ocorrem anualmente em Portugal, dos quais apenas se detetam perto de 20%, 65 prisões efetivas por ano demonstram bem que o crime compensa, não te parece minha querida amiga?
Perdoa-me Berta, se estavas à espera que eu falasse apenas do abuso sexual de menores no seio da igreja católica.
É claro que é relevante, vergonho e nojento, mas o problema é maior e muito pior na sociedade em geral. Com efeito estamos a falar de que uma parte significativa da sociedade portuguesa tem, amiguinha, um comportamento desviante grave e criminoso. Dou exemplos:
Um adulto que obriga uma criança a meter na sua pequena boca o seu pénis de adulto.
Um adulto que introduz o pénis ou um objeto na vagina ou no ânus de uma criança de 8 anos.
Um adulto que obriga um menor, por vezes de muito tenra idade, a lamber-lhe o sexo, a masturbá-lo ou a engolir o produto do seu orgasmo.
Um adulto que acaricia, afaga ou introduz os dedos ou o sexo nos órgãos sexuais ainda não formados de uma criança (não descrevo mais porque isso me perturba).
Estes são apenas alguns dos exemplos retirados de vários dos casos que foram efetivamente julgados e condenados no último ano, e cerca de 10% dos casos são praticados por mulheres. Para além disto podia apresentar outros bem piores, alguns deles de que nunca sequer tinha ouvido falar antes de começar a preparar esta carta, amiga Berta, mas que são demasiado abjetos para me atrever sequer a descrevê-los aqui. A lei e a justiça precisam com urgência de fazerem as pazes ou estamos todos perdidos. Deixo um beijo,
O Primeiro-Ministro, António Costa é gay, querida amiga, e presentemente, tem um caso sério com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, também ele gay. Trata-se de um caso amoroso e com o óbvio envolvimento sexual. Ao contrário do que possas imaginar isto não é um segredo nacional, o Correio da Manhã prepara-se para lançar a notícia em primeira mão. Não sei se o deveria ser ou não, mas de facto não parece haver qualquer tentativa de guardar segredo sobre o assunto.
Contudo, Bertinha, possivelmente devido aos cargos ocupados pelos protagonistas, a situação levou algum tempo a ser assumida por ambos os envolvidos. Os dois defendem que a sua intimidade nada tem a ver com as suas funções de Estado e que, devido ao facto de serem figuras institucionais, toda a relação é contida no foro estritamente privado, não influenciando sequer a distância institucional e constitucional que é devida ao poder executivo do Governo e ao poder de supervisão presidencial.
Pois é, Berta, os dois primeiros parágrafos desta carta, são totalmente falsos e não passam de mentiras. Então, porque é que, por um instante que seja, toda a gente hesita quando os lê? Porque, como diz o velho ditado: “Para a mentira parecer verdade, tem que trazer no seu fundo qualquer coisa de verdade.” É precisamente aqui que hoje em dia se agarram as “Fake News”, a desinformação, a fraude na internet, as falsas campanhas, as notícias manipuladas.
Todas elas partem de um condimento verdadeiro onde depois se mistura o enredo, seja ele qual for, em que se tenta convencer alguém, quantas mais pessoas melhor, cara amiga, de que os factos são conhecidos, até banais, que são realidade, que são baseados na ciência, na excelente qualidade dos estudos, dos cientistas, dos peritos ou dos especialistas, seja de que área for.
Por exemplo, Bertinha, se eu cito que um estudo, publicado por uma revista credível, de uma farmacêutica famosa, diz que usar um smartphone mais de uma hora seguida pode causar cancro no cérebro em 80% dos casos, ao fim de mais de 50 repetições desse exercício, quem me lê, mesmo sem ter como saber sequer se a farmacêutica alguma vez se debruçou sobre o tema em causa, é levado a pensar que o que essa revista descreve, é realmente um facto.
Analisemos o exemplo de cima:
É um facto de que: existem estudos sobre muita coisa.
É um facto de que: a revista existe e é credível
É um facto de que: a Farmacêutica é verdadeira, credível e real.
É um facto de que: há muitos smartphones no mercado.
É mentira que a revista tenha publicado o estudo e que a farmacêutica tenha feito este estudo.
Porém, minha amiga, a montagem que eu possa ter feito, mostrando um artigo qualquer que não se consegue ler, na revista em causa, pode levar o leitor a acreditar que o estudo existe e que até o viu, ele próprio publicado na citada revista, quando, na realidade, foi apenas induzido a pensar que viu algo que realmente não existe.
Assim, Berta, quando esta pessoa na sua boa fé, conta o que viu a um amigo, este, que já nem viu a falsa publicação, apenas transmite a outros amigos o que o seu amigo, uma pessoa credível e de boa fé, lhe transmitiu. E assim se propaga um disparate. Baseado em quê? No facto de já todos termos escutado rumores de que falar ao telemóvel faz mal e não nos parecer a notícia assim tão absurda. Todavia, agora circula por aí, que um estudo de uma grande farmacêutica provou x e y, o que é absolutamente mentira.
Ora, dirão os que já acreditam nesta “Fake News”:
- A que propósito é que alguém inventaria um estudo destes? Claro que é verdade. (No entanto, amiguinha, só o dizem porque desconhecem que há um grande movimento anti tecnológico no mundo suportado por gente com muito poder e dinheiro).
E é assim que puras mentiras passam a verdades, caríssima. Até existem notícias falsas que nem se preocupam em apresentar uma verdade, algumas apenas estão interessadas em semear a dúvida na cabeça dos outros.
Todavia, minha querida, estas coisas sempre foram usadas no mundo, pelo menos desde que o homem fala. O perigo hoje em dia é a velocidade com que as notícias se espalham, se sucedem e sem verificação de factos ou fontes (porque ninguém tem tempo), se tornam realidades alternativas inteiramente falsas. Para piorar as coisas a internet é um excelente meio de ajudar a aumentar, ampliar e alastrar a chama, o fogo, o incêndio, tornando-o num verdadeiro inferno.
Analisemos agora, à luz desta explicação, Berta, os dois primeiros parágrafos desta carta:
É verdade que António Costa é Primeiro-Ministro.
É verdade que Marcelo Rebelo de Sousa é o nosso Presidente da República,
É verdade que existem gays em Portugal e que por lei não é permitido serem-lhes negados quaisquer direitos, como a outro qualquer cidadão, porque eles são cidadãos de plenos direitos e que a homofobia é condenada em Portugal.
É verdade que Costa e Marcelo são amigos há cerca de meio século.
É verdade que o Correio da Manhã lança muitas manchetes bombásticas e/ou escandalosas.
É verdade que Costa e Marcelo são ambos figuras institucionais.
É verdade que Costa representa neste momento o poder executivo.
É verdade que Marcelo é o garante da supervisão nacional e o zelador do cumprimento constitucional.
É também verdade que ambos defendem o seu direito à sua própria vida privada.
Só é mentira que sejam gays ou que estejam envolvidos em qualquer relação desse tipo, não porque isso é errado ou certo, apenas porque nenhum deles é gay, quanto mais ou dois.
Contudo, minha amiga de tantos anos, não fosse a mentira introduzida tão disparatada e sem qualquer ponta de fundamento, se fosse, por exemplo, que Costa e Marcelo se tinham pegado a sério um com o outro e que Marcelo ia destituir a Assembleia da República, se calhar, algumas pessoas acreditariam que se podia tratar de um facto ou, no mínimo, ficarem na dúvida.
Depois, bastaria essa gente falar na sua dúvida ou certeza a terceiros para o rumor se instalar e começar a ganhar foros de verdade. É tão simples quanto isso. É simples, é medonho e já é usado em todo o mundo com uma leviandade assustadora. Basta lembrar que Putin usou a existência de grupos neonazis na Ucrânia para falar em criar "uma operação militar especial para «desnazificar» o país vizinho”. Podia ter dito a verdade, podia falar que ia invadir a Ucrânia e entrar em guerra aberta com os ucranianos, mas a mentira favorece-o mais do que a verdade e o facto é que há imensa gente boa, mal informada, a acreditar na mentira. E isso é tudo o que importa. Deixo um Beijo de despedida,
“Quem quer que TAP o Sol com a peneira, cedo ou tarde verá que fez asneira.” Este podia ser um ditado absolutamente luso e moderno dos tempos modernos. Porque, minha querida amiga, depois de muita polémica e confusão, todos entendemos que toda a polémica que tem envolvido a nossa companhia aérea afinal não passam de “Guerras de Alecrim e Manjerona”.
Em resumo, Bertinha, existe apenas uma catrefada de gente baixinha e de duvidosa formação moral a tentar pôr-se em bicos dos pés, sem se importar minimamente com o interesse nacional, com a nossa companhia de bandeira ou com a economia do país.
Os idealistas da famosa comissão de inquérito, cara Berta, estão mesmo sem saberem bem o que fazer. Esperavam encontrar uma teia de corrupção profunda e mafiosa e, ao fim e ao cabo, tudo não passa para além de jogos de protagonismo, de tricas entre fações e tricas entre elementos do partido do poder e de mais uma mão cheia de idiotas em bulhas infantis entre figuras partidárias do nosso espectro político, onde duas senhoras se tentam esquivar por entre os pingos de uma chuva venenosa.
Eu até entendo as damas, minha amiga, as senhoras, vendo-se envolvidas no labirinto dos interesses dos mesquinhos intervenientes, tudo fizeram para sobreviver nestas águas pantanosas, tentando atravessar a neblina cerrada onde ventos ridículos criam tornados absurdos que se importam pouco ou nada com a sobrevivência da nossa companhia aérea de bandeira.
Por incrível que possa parecer, minha querida, mesmo tendo em conta a infantilidade incompreensível das atitudes dos diferentes intervenientes políticos na companhia, a TAP conseguiu apresentar resultados tão positivos que, por si só, foram capazes de deixar de boca aberta os gestores de outras companhias aéreas estrangeiras.
Possivelmente, no fim dos inquéritos, das comissões e das atuações embaraçosas da classe política, depois do vento amainar e do pó por fim assentar, cara amiga, a companhia será realmente privatizada porque já se tornou claro que a posição estratégica que ocupa no cenário internacional, faz da TAP uma companhia condenada ao lucro e ao sucesso se gerida de modo minimamente competente.
Conforme pudeste ler, Berta, não foi preciso aqui nomear ninguém, para que tu, que tens acompanhado esta comissão, entendas claramente o que eu acabei de dizer. O importante é deixar os profissionais gerirem a companhia, depois tratem da venda e depois trata-se apenas de esquecer a triste figura intriguista e pequenina que muitos dos intervenientes fizeram perante o país. Deixo um beijo,
Não sei se já ouviste falar de Stephanie Gregory Clifford, é provável que não, porque o nome artístico desta senhora que se diz atriz é Stormy Daniels. A estrela pornográfica de muitos filmes de esconder por casa, com quem Donald Trump se envolveu na altura daquela campanha que o levou a chegar à Casa Branca.
Não penses, minha querida, que Donald “Macho Man” Trump se preocupa com o seu envolvimento com uma prostituta, nada disso, ele acha que esta não só lhe eleva o ego como toda a sua balofa masculinidade. A própria atriz, de 44 anos considera que Trump, agora a dois meses e sete dias de celebrar os seus 77 anos, não deveria ser condenado por questões relacionadas com os pagamentos de silêncio que o Presidente lhe entregou, por isso não ser um crime “digno de prisão”.
"Não acho que os seus crimes contra mim sejam dignos de prisão", referiu a mulher, de 44 anos, em declarações a Piers Morgan no seu programa TalkTV.
Esta insuspeita vítima do viril Presidente, cara Berta, horas depois de o antigo líder norte-americano ser acusado formalmente, acabaria por dizer enigmaticamente que "qualquer que seja o resultado desta acusação, haverá mortes". Não sei a que se referia a dama, mas talvez estivesse a falar dos chatos do Ministério Público.
Donald Trump foi a tribunal declarar-se inocente das 34 acusações de falsificação de registos comerciais de que é acusado e terá outra audiência em Nova Iorque, nos Estados Unidos, a 4 de dezembro deste mesmo ano, porém, minha querida, parece indiferente às acusações.
De acordo com os especialistas, citados pela Reuters, a haver um julgamento, este pode demorar mais de um ano para acontecer. Stormy Daniels, quando questionada sobre se testemunharia em tribunal, garantiu a sua presença, embora sem confessar publicamente que este passeio pela ribalta política a está a fazer arrecadar mais dólares do que pintelhos teve em toda a sua vida.
Não se referindo à imensa procura dos seus vídeos artísticos por parte do público masculino, onde, segundo consta, toca eximiamente trombone, com a mestria de quem conhece bem o instrumento, ela afirma no entanto que: "Não tenho nada a esconder. Sou a única que tem vindo a dizer a verdade". Com efeito, devido à sua vasta atividade filmográfica, ela é unanimemente reconhecida como alguém que já não tem mesmo nada que possa encobrir.
Na entrevista a atriz afirmou que não pagou nenhuma parte do montante que foi condenada a pagar aos advogados de Trump, por um caso de difamação, e que dizem respeito, na sua maioria, a honorários. Questionada sobre se preferia ir para a prisão a pagar este montante, minha doce amiga, ela respondeu: "Completamente... não vim até aqui para recuar e dar-lhe dinheiro".
Contudo, o que pareceu mesmo foi que, a artista da corda bamba, estava a pensar que a haver mais dinheiro no enredo este só poderia vir para o seu bolso, assim que tivesse umas calças vestidas. Há quem afirme ter ouvido, da boca imaculada, de Stormy que o caso dela com Trump mais não foi do que uma normal atração entre dois seres opostos. E, olhando para Trump, somos todos certamente levados a acreditar nestas santas palavras. Hoje, fico-me por aqui, minha querida Berta. Recebe um beijo saudoso deste teu terno amigo, sempre ao teu inteiro dispor,
Toda a gente soube pela televisão, julgo que tu também, da morte de duas mulheres no Centro Mundial da Religião Ismaelita em Lisboa, pela faca e pelas mãos de um homem descontrolado e, pelo que se diz, não correspondido naquilo que este alegava ser a sua paixão por uma das vítimas. O enredo ainda é maior do que isto, mas o sumo da situação é este basicamente.
Tratou-se de um crime puramente passional, Berta, que, tal como aconteceu no Centro Ismaelita, acontece quase todos os dias a uma imensidão de mulheres em Portugal e em muitas outras partes do mundo. Mulheres que são tratadas como se fossem filhas de um deus menor que, para o caso, nem importa qual possa ser.
O que é evidente é que este crime não tem local próprio, classe social, raça ou idade, cara amiga. A única constante é a morte de mulheres às mãos dos amantes, namorados, maridos, apaixonados, encantados, desiludidos ou mesmo não correspondidos.
O que interessa, minha querida, é que este tipo de situações de ordem passional resulta, em muitas das vezes, em crimes graves contra as mulheres e, como desta vez, em assassinatos, maioritariamente violentos.
Ora, querida Berta, este é um tipo de eventos que não tem como ser revertido. Uma vez assassinada a vítima, em cada uma das ocorrências, ou as vítimas, já não há como reverter o processo. A mulher ou mulheres morrem e a perda é total para os familiares e amigos de quem foi assassinada e, mais do que tudo, para a própria.
Quero eu dizer com isto, amiguinha, que não se trata de roubar uma ourivesaria em que, dez minutos depois, se recupera o ouro roubado. Aqui roubam-se, uma ou mais vidas, quase sempre no feminino, e o processo termina imediatamente para aquelas que foram assassinadas.
Nos diferentes países do mundo o que devia acontecer, sempre que uma situação destas ocorre, Berta, era o assassino ter como condenação a pena máxima, aplicada pela justiça, do respetivo país onde se passou a situação. Uma pena que teria de ser sempre cumprida na integra, sem perdões ou indultos, reduções de pena por bom comportamento e mais a parafernália de dispares que se inventam para tirar assassinos da prisão, onde deveriam apodrecer.
Ver estas coisas acontecerem, com uma base quotidiana, minha amiga, já devia ter levantado todos os alertas há muito tempo. Afinal, vivemos no século XXI. Mesmo quando as vítimas não morrem, mas são raptadas, abusadas, violadas ou estropiadas, deveria, em todos os casos, a pena ser igualmente a mesma.
Talvez, tendo certeza dos riscos de tais penas, houvesse menos gente a julgar que se pode safar com um castigo leve ou nem isso.
As mulheres não são coisas de que os homens se possam descartar ou usar recorrendo à mutilação, violação ou assassínio. Não são animais que sirvam para ser rebaixados, pontapeados ou escravizados. Aliás, Berta, nem mesmo os animais e as coisas merecem esse tipo abjeto de tratamento, quanto mais mulheres, esses seres humanos que têm os mesmos direitos do que os homens. E onde não os têm, deveriam tê-los.
Só porque, minha amiga, algures num passado, perto ou distante, alguém distorceu as regras da igualdade isso não faz o injusto passar a ser justo ou o errado virar certo. Será isto assim tão complicado? Claro que não!
Mesmo naqueles territórios ou países onde, por força da religião ou pela religião da força, se obrigam as mulheres a viver sobre a alçada dos homens, mesmo aí, quem subjuga sabe que erra e quem é subjugada reconhece a injustiça do tratamento, minha querida.
Isto tem de ter um fim, Bertinha. Quanto a mim acabará por tê-lo. Mais cedo ou mais tarde a igualdade de género prevalecerá e quem não o entender acabará devidamente castigado. Cá por mim, devia ser mais cedo, tipo ontem, e mesmo assim já era muito tarde.
Agora, Bertinha, voltando de novo aos assassinatos por causas passionais, no Centro Mundial da Religião Ismaelita em Lisboa, de duas mulheres, mortas à facada pelo descontrolo de um idiota não correspondido no amor, foi repugnante assistir em direto, na televisão, às insinuações de André Ventura, vestindo o seu fato de alegado bom populista (xenófobo, cretino e oportunista), tentar tirar partido de uma morte passional, como tantas outras que quase diariamente acontecem, infelizmente, em Portugal.
O reles André gostou de se vir armar em arauto da desgraça nacional porque um emigrante assassino atacou e matou duas mulheres em Lisboa, tentando, assim, minha cara amiga, transformar um crime passional num problema nacional com emigrantes que não foram passados na sua lixivia racista de oportunista barato.
Chega de Chega, porque já chega! O André desventura, só se aventura a ir para a televisão dizer estas barbaridades porque vive num país de brandos costumes, que tudo atura ao Ventura da desventura populista. Tirando partido disso a avantesma abusa e insiste na sua demanda mesquinha e nojenta de defensor dos homens da lixivia “branquela” e desmiolada. Não te parece, minha querida, que o sujeito devia ser banido do sistema democrático? Enfim, deixo-te um beijo,