Este blog inclui os meus 4 blogs anteriores: alegadamente - Carta à Berta / plectro - Desabafos de um Vagabundo / gilcartoon - Miga, a Formiga / estro - A Minha Poesia. Para evitar problemas o conteúdo é apenas alegadamente
correto.
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Hoje, envio-te a minha mais profunda homenagem a um “Sex symbol” dos anos 60 e 70 do cinema francês. É verdade, morreu Alain Delon, um ícone ímpar do cinema. Aos 88 anos apagou-se pacificamente um dos heróis da minha infância. Como nunca tive vergonha de chorar quando o momento assim o pede, as várias lágrimas que me fugiram do olhar vieram-me da alma, naturalmente, enquanto, minha querida, lia a notícia online.
Não sou muito de acreditar em coincidências, Bertinha, mas é um facto que Alain Delon, faleceu depois de ter participado como ator em 88 filmes aos 88 anos. Para os que têm menos de 40 anos de idade, provavelmente, a notícia trágica vai-lhes passar ao lado. “Quem era esse homem? Foi ator? Interessante…” dirão, por desconhecerem completamente este ícone fundamental da história do cinema.
A culpa não é das gerações mais novas, nada disso, amiguinha, foi noutro tempo, e os Cornos de Cronos são mesmo assim, o deus do tempo não perdoa e tenta apagar da memória coletiva os grandes protagonistas da civilização. Mas os que partem, e que foram maiores do que eles próprios em tempos passados, podem ser esquecidos pelo coletivo popular, mas ganham um trono de ouro no Olimpo dos Imortais. O seu registo é preciosamente guardado nos arquivos de quem preserva a virtude humana.
Para os que nasceram entre os anos 50 e 90, Alain Delon, não morreu, apenas mudou de dimensão. Está agora no mural dos eternos. E com esta homenagem me despeço, querida Berta, recebe um beijo deste teu amigo de sempre,
Finalmente começaram os Jogos Olímpicos de Paris 2024. Ainda hoje estamos no primeiro dia de provas e já podemos aplaudir o legado dos Jogos. Mais do que todas as provas que biliões de pessoas acompanham no mundo inteiro o maior legado será ver Paris com o rio Sena despoluído ao fim de 101 anos de estarem proibidos os banhos ou a natação nas suas águas. Um feito que, se for alcançado, trará à capital francesa uma muito melhor qualidade ambiental, minha cara confidente.
Mesmo que as provas de natação dos Jogos não recebam luz verde para se realizarem no Sena (o que é algo que só se saberá no próprio dia ou nos dias anteriores) a verdade. Minha querida, é que o Sena está em condições em 2025, pois o governo francês não quer deitar fora os 1,5 bilhões de euros gastos até ao momento.
No que diz respeito aos Jogos Olímpicos propriamente ditos até 11 de agosto todas as provas serão disputadas. Este ano, amiguinha, Portugal leva 75 atletas e tem esperança de conseguir 4 medalhas olímpicas. Pelo menos é essa a convicção do nosso comité olímpico. As minhas expetativas são, contudo, mais baixas. Se conseguirmos só que seja uma medalha de bronze já festejarei efusivamente. Na realidade, tirando o futebol, o Estado quase que não aposta no desporto nacional e, sendo assim, não há como esperar por milagres.
Se, por força de um destino superior, Berta, chegarmos a uma medalha de ouro, garanto que celebrarei como se tivéssemos ganho um mundial de futebol. As dificuldades que os nossos atletas enfrentam atualmente são mesmo quase impossíveis de ultrapassar. Para os nossos governos deste século XXI apostar em cultura e desporto é apenas investimento de fachada, nada de estrutural é feito ou pensado a médio e longo prazo. É pena, mas é o país que temos. Vivam os Jogos Olímpicos, viva o desporto, viva a cultura. Despeço-me com um beijo,
Peço desculpa, antes de mais nada, pela minha ignorância. Refiro-me, cara confidente, ao meu total desconhecimento sobre um produto de higiene íntima feminina designado por tampão ou tampões se usarmos o plural. Com efeito, até ler um recente estudo científico e muito sério sobre a matéria eu não fazia a menor ideia. O estudo revela a alarmante descoberta de que os tampões, todos os tampões, independentemente da marca, têm metais pesados e tóxicos.
Tendo em conta que os tampões apareceram no mercado por volta de 1930 era de pensar que o assunto já tivesse sido profundamente estudado. Todavia, minha querida, este é o primeiro estudo a medir as concentrações destes metais em tampões e os resultados são dantescos. No teste foram verificados 30 tipos tampões das principais 14 marcas mais em voga no mundo e todos, sem exceção, deram resultado positivo para a maioria os metais tóxicos testados.
O estudo é precursor e foi publicado na revista Environment International no início de julho. Inacreditavelmente, amiguinha, os exames revelaram a presença de metais tóxicos, incluindo arsénico e chumbo, o que é uma coisa absurda, dados os milhões de mulheres a nível mundial que podem ter vivido uma vida inteira em risco de sofrer efeitos adversos graves para a saúde devido a estes contaminantes.
Os investigadores garantem que este é o primeiro estudo a medir as concentrações de metais nos tampões e, segundo a autora principal, Jenni A. Shearston, este facto é, por si só, gravíssimo. O estudo assinala, minha cara, que, atualmente, entre 52% e 86% das mulheres que menstruam nos países modernos e civilizados utilizam tampões e, muitas vezes, por períodos prolongados. Ora, os metais estão na composição dos tampões. Foram testados 16 metais, incluindo arsénio, bário, cálcio, cádmio, cobalto, crómio, cobre, ferro, manganês, mercúrio, níquel, chumbo, selénio, estrôncio, vanádio e zinco.
Acontece, Bertinha, que o estudo encontrou níveis detetáveis de todos os metais testados, incluindo os mais tóxicos como o arsénio e o chumbo, nos tampões. As concentrações variam consoante a região do globo, marca e tipo de material (orgânico ou não orgânico). Se o chumbo foi mais encontrado nos tampões não orgânicos, o arsénio é, sem dúvida, o mais presente nos orgânicos. Ora o arsénio, o cádmio, o crómio, o chumbo e o vanádio, estavam presentes em todas as amostras testadas de todos os tipos de tampões.
“Preocupantemente, encontrámos concentrações de todos os metais que testámos, incluindo metais tóxicos como o arsénico e o chumbo”, disse Shearston. Contudo, minha amiga, o que temos é de saber se estes metais fazem realmente mal à saúde das mulheres?
Ora o que se sabe, minha querida, é que este tipo de metais, e nas concentrações encontradas nos tampões, aumentam significativamente o risco de: demência, cancro, infertilidade e diabetes. Podem inclusivamente danificar vários órgãos e sistemas do organismo feminino. O grande problema está na enorme capacidade de absorção da pele vaginal relativamente a estes metais, sendo que isso resulta num sério risco de invasão destes pelo corpo feminino. O uso de tampões é assim, por si só, uma imensa fonte de exposição a metais perigosos que mais tarde podem vir a causar cancros, infertilidades e mais uma infinidade de doenças e patologias graves.
Os autores do estudo concluem, Berta, que são necessários novos e urgentes estudos sobre o assunto. É imperativo avaliar o risco efetivo do uso de tampões e da sua relação direta com os danos que podem vir a causar ou que já causaram. Entretanto, algumas marcas de tampões já vieram a publico tentar descredibilizar os cientistas, pois na realidade o que lhes interessa não é a saúde do sexo feminino a quem servem, mas o conforto das suas contas bancárias. Fico-me por aqui, beijo deste teu amigo,
Está quase a fazer 4 anos que te escrevi sobre os 4 novos Cavaleiros do Apocalipse. Ainda há pouco tempo te reenviei essas cartas para que as recordasses, cara confidente. Porquê? Porque nelas te tinha prometido um epílogo que demorou a chegar. Aparece hoje, finalmente, porque me parece a altura certa. Entre setembro de 2020 e maio de 2024 muita água correu debaixo da ponte e foi longa a caminhada dos 4 Cavaleiros do Apocalipse.
Há quase 4 anos, amiguinha, já a pandemia, a famigerada Covid-19, infetava que nem peste num mundo doente, ceifando vidas a torto e a direito. Contudo, se os dados oficiais apontam hoje para mais de 7 milhões de pessoas que tombaram perante a avalanche, dizem os especialistas que, os dados reais e não declarados, devem ter levado mais de 30 milhões de almas, não parece muito se comparado à população mundial, todavia, daria para encher de gente, por 3 vezes, um país como Portugal.
Há ainda, minha querida, que falar dos infetados que, a acreditar nos especialistas, não foram apenas os 700 milhões referidos nos dados da Organização Mundial de Saúde, mas sim, quase 3.000 milhões, ou seja, mais de um terço da população do globo. Sem a descoberta das vacinas, diz-se num dos últimos estudos publicados, teríamos perdido mais de um quarto da população mundial.
Mesmo que se possa pensar que os números são exagerados, na realidade, pouco importa, porque foram sempre gigantescos. As movimentações do sinistro Cavaleiro da Peste, Bertinha, foram gigantescas e ele nos últimos tempos, muito ativo em todo o planeta.
O imenso Cavaleiro da Fome, então, parece ter tomado proporções ciclópicas e devastadoras. Entre as suas tropas e vassalos, existem atualmente uma parafernália de fenómenos, entre eles, genericamente, em primeiro plano, as alterações climáticas. Na verdade, cara amiga, a subida da temperatura das águas nos oceanos, cujo grau de acidez aumenta a um ritmo assustador, junta-se à desertificação avassaladora de milhões de quilómetros quadrados por todo o globo, ao desaparecimento de lagos e lagoas, ao degelo dos glaciares e à consequente elevação do nível das águas nos oceanos.
Estes novos paladinos da Fome, minha querida, são agora apoiados por hordas de humanos negacionistas, que negam os factos científicos, associados aos fanáticos hooligans das teorias da conspiração e aos destrutivos radicais de direita apostados na instalação do caos.
Ciumento e conflituoso, o imprevisível Cavaleiro da Guerra, caríssima, aproveita-se de toda a situação para germinar um caminho seguro para o Apocalipse. Com efeito, a sua entrada em força no final do primeiro quartel do século XXI, não beneficia, de modo algum, a paz e a harmonia.
Com o seu apoio o Cavaleiro da Fome propaga-se de África para todo o mundo. A seu lado, amiga, está a seca extrema, em certas áreas do planeta, ladeada pelas chuvas devastadoras, por inundações e por cheias sem precedentes nos últimos séculos. Os povos tentam migrar fugindo à desgraça, que nunca vem só, criando mais conflitos, aumentando devastadoramente os fenómenos da xenofobia, do racismo, da homofobia, entre outros, proporcionando o aumento de ódios e o crescimento exacerbado do populismo fácil, destinado a aumentar o caos.
O Cavaleiro da Guerra rebenta com a pacífica Europa, com Médio Oriente, e, mais disfarçadamente, minha cara, com quase todo o mundo. A China sedenta por Taiwan, a Rússia pelo regresso do Imperio Soviético, Israel disposto a extinguir o povo palestiniano, como se um ataque que ceifou um milhar de israelitas pudesse justificar o genocídio. Já não bastavam o crescendo número de focos terroristas por toda a parte, agora, a guerra contra a Ucrânia chama-se Operação Especial e ser procurado pelo Tribunal Penal Internacional aparenta ser um estatuto de prestígio dos novos “democráticos” líderes mundiais.
O Cavaleiro da Morte, autoproclama-se de Imperador do Mundo e nesta calma aparente em que a comunicação social tudo relativiza, Berta, os cães ladram e a caravana passa. O que tiver de ser… será… e assim me despeço, com um beijo,
Já ouviste certamente, paciente confidente, falar que “os ratos são sempre os primeiros a abandonar o navio”. O caso em questão, quanto a mim, aplica-se, hoje mesmo, a Campo de Ourique. Estou a falar da anunciada demissão de Pedro Costa de presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, esta terça-feira, sem que nada o fizesse prever.
Alegando questões pessoais e políticas, cara amiga, Pedro Costa demite-se, segundo afirma, por estar esgotado o diálogo entre si e a Câmara Municipal de Lisboa, dirigida por Carlos Moedas, a quem acusa de fazer ouvidos moucos das suas reivindicações, perante a edilidade, quase desde sempre. Ora, sabendo eu com que linhas se coze Carlos Moedas, nem me devia admirar de este ser um motivo realmente relevante para o inesperado anúncio. A certa altura é natural ficarmos de saco cheio.
Se nada mais houvesse no panorama autárquico, Bertinha, eu até me deixaria facilmente convencer de que isso seria a verdade e a única razão para a saída súbita de Pedro Costa. Afinal, sendo eu socialista, de cotas pagas, como o nosso presidente de junta, porque haveria eu de duvidar de um camarada. O homem até teve um comportamento exemplar a apoiar os fregueses durante a pandemia e no processo de vacinação, de tal forma que foi destaque noticioso pelo excelente serviço prestado à população do bairro.
O problema, minha doce amiga, é que há outras coisas que estão para acontecer ainda este ano. A autarquia aprovou a construção do silo para automóveis na Travessa do Bahuto, encostando o silo ás portas e aos narizes de quem, por ali morar, queira sair de casa. Ao que se diz nem espaço ficará para entrar ou sair uma cadeira de rodas ou uma maca dos bombeiros. No entanto, quero acreditar que esta descrição será por certo exagerada, pois a não ser seria quase criminosa, para não dizer outras coisas.
Ora, amiguinha, a acontecer tamanha obra e a ser próxima da descrição feita, vai gerar muita revolta e contestação no bairro. Ainda para mais porque as gentes de Campo de Ourique são solidárias entre si. É sabido que na zona afetada os habitantes são, na sua grande maioria, idosos e pessoas de poucas posses, sem o poder reivindicativo que se poderia esperar num caso assim. Mas a vizinhança fará, certamente, barulho por eles.
Depois, como se isso não bastasse, estão para começar as obras para a estação do metropolitano no Jardim da Parada. Ora, minha querida, o barulho e a contestação que esta loucura vai gerar, terá, certamente, muito pouco paralelo com qualquer outro facto que tenha acontecido no bairro. Disso não tenho a menor dúvida. Quanto a mim, e que me desculpe o próprio se eu estiver enganado. Pedro Costa faz de rato e abandona o cargo antes destas duas situações rebentarem de facto.
Posso estar enganado, mas parece-me tudo muito mais lógico visto por esta perspetiva. Sei que é triste, mas é, sem dúvida, a melhor forma de se sacudir a água do capote, só espero nunca o ver a assumir um cargo no Metropolitano de Lisboa. Sair antes de novas eleições autárquicas, sair antes das obras previstas para quem ganhou a Junta por 15 votos parece-me um muito bom motivo, mas isto sou apenas eu a pensar. Por hoje nada mais tenho a dizer, minha querida, vêm aí tempos menos bons para o bairro, fazer o quê? A vida é assim… deixo um beijo de despedida, este teu eterno amigo,